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eis o melhor e o pior de mim

21.2.05

o invisível de mim

Aquela vontade tremenda
De escrever poesia
Os dias de chuva não chegam
E a secura de um anoitecer
Pode tornar-se leve
Como a brisa que sinto
Meus olhos se fecham
E recebo a poesia
A poesia que vejo do futuro
O fututo que vejo
Dentro de mim
A velocidade ainda não superada
É o força da glória
Que um dia foi pó
E a brisa levou
Tocou meu rosto
A brisa levou
Levou por um instante
Aquilo que a falsa imaginação
Nos contou
Era ilusão
Porque a realidade
É invisível
Dentro de mim

13.2.05

kissing the day

Enquanto o fotolog não me deixa postar imagens bonitas, posto apenas palavras aqui. Último post de férias.

Enquanto olho por meus amigos, espero aqui sentado e nada espero do mundo, na verdade. Acredito que ninguém chegará para me socorrer. O dia que a encontrei marquei no calendário. Faço isso sempre, há dois anos já. Faço isso sempre. Mas há dois anos atrás eu não fazia.

Meu calendário nem tam muitas marcações das vezes que a encontro. Vejo mais meus amigos do que a vejo, no fim das contas. Ela me aparece uma, talvez duas vezes por mês. Ela passa por mim e não me nota. Sei que não me nota. Sei que sou um mero personagem, pedaço de paisagem em sua vida. Mas eu a marco em meu calendário.

Existem dias em que meu pensamento é tomado por ela. Dois anos já. Apenas dois anos. Houve um tempo em que eu não era um mero personagem. Houve um tempo em que eu realmente fazia parte de sua vida.

Fomos amigos, fomos sim. Nos falávamos. Nos víamos mais. Hoje nem nos falamos, malmente passamos como paisagem na vida um do outro. Aconteceu o que aconteceu. Um dia qualquer - e esse dia não marquei no calendário - ela disse que me amava. Eu não disse nada. Chovia. Fui chorando pra casa. Não sei porque chorava.

Fui a um bar, mas não fiquei muito tempo lá. Estava em minha casa, decidi telefonar pra ela. A mãe atendeu. Disse que ela ainda não tnha voltado pra casa. Fiquei preocupado. Ninguém sabia onde ela estava. Aonde teria ido? Fiz o caminho de volta.

Chovia. Eu vi de longe uma poça de sangue. Sem tumulto nem nada. Apenas uma poça. Apenas um corpo. Uma culpa que dura tanto e tão pouco. A resposta nunca dada. O amor nunca correspondido. O sangue. A morte. A paisagem que sou em sua morte e a que ela é em minha vida.

Ela me aparece uma, talvez duas vezes por mês. Ela passa por mim e não me nota. Sei que não me nota. Sei que sou um mero personagem, pedaço de paisagem em sua vida. Mas eu a marco em meu calendário.

6.2.05

all is full of love

Hoje o dia, como foi? Aceitei o sonho de outra pessoa. O sonho era bom ou rum? Era o sonho de outra pessoa, não era meu. Quanto se paga pelo sonho dos outros que tornamos verdade? O preço da felicidade alheia, menos a nossa.

Acordei com isso aqui. Aqui estamos. Tenho acordado nos últimos dias. Parece estranho, logo eu, que vivia dormindo, tenho acordado todos os dias. Talvez eu tenha aprendido a me guiar. Talvez apenas mais um caminho repetido. Como todas essas palavras que tenho repetido nesses míseros dois parágrafos do meu nexo sem anexo.

O mundo que se fecha, abre aquele que se vê. Deixar a parte que te cala falar é quase terapêutico. Já disse isso antes, mas meu imperativismo repetitivo me permite repetir.

Livre pensamento, repete aquilo que vejo e escuta aquilo que escrevo. Na busca inconstante da consciência, vago num caminho que mais me parece obsoleto. Ainda que eu olhe para os lados, o caminho encontra-se a minha frente. Escurecido, envelhecido, já quase morto pela plena busca por nada.

É simples pensar quando o pensamento foi começado. O sentimento não se pensa, infelizmente, talvez. Veja que sou um talvez, um algo que não posso encontrar em mim mesmo, e agora logo ia dizendo talvez de novo, mas me contive, porque talvez usar talvez demais talvez seja algo que talvez eu não deva fazer.

Coisas que te fazem preguiçoso e ocupado. Quanto mais temos o que fazer, mais livres estamos. A toda nossa volta. Alguém me chamou, eu ouvi. Me lembrei do dia em que esperei. Muitos dias esperei. Por anos esperei. Será que ainda terei que esperar um pouco mais? Talvez.

Um rompante de pensamento não pode ser interrompido assim. Me dá enjôo quando alguém me atrapalha. Passo o dia mal. Tenho crises criativas. E nem eu mesma posso parar, eu não consigo, é incontrolável. Não que seja bom ou mal, esse sou eu.


Explicações demais acabam com a idéia. Entrelinhas minhas. Minhas entrelinhas. Ainda que só minhas, ainda que apenas eu as entenda, esse sou eu. Nem bom nem mau, apenas eu. Eu e minhas entrelinhas. A subjetividade está em voga.

5.2.05

hall das frases engraçadas

Inesquecível... quer melhor nick que esse?
tathi quebra-barraco dançando bon-odori e usando bon ar no churrasco de
verduras na festa do SUS

2.2.05

reflexos de mim

Quando acordei de um sonho que poderia não ter dado certo os meus olhos se abriram para uma nova realidade. Acredito que esse sonho ainda meu, reflexivo e meu, abrange os horizontes da eternidade.

Quanto ao que passou no pensamento e ofuscou minha visão, já não sei mais. Quanto ao que ficou assim no escuro, ainda não há luz para acender a chama. Quem engana faz voto de quem a si ama.

Poesia prosaica, sem modo de ser nem de agir, apenas um vasto mito que escuto através de um milhão de aves sem rumo nem patamar. Sofro por saber que o instante ainda existe e que minha alma está completa. Na verdade não sou nem alegre nem sou triste. Sou poeta.

Cada um no seu canto, dizia a vida por um sopro de angústia tremenda. Temos o sono e o pensamento desconexo, temos a roda da vida em nossas mãos, tratando de nos guiar por um mundo cheio de pedregulhos numa estrada de terra.

Pouco mais de duas ou três linhas pra definir felicidade. O jogo de algo que buscamos ainda nos faz mais ingênuos do que ambiciosos. Queria ter acordado com sede de viver, apenas tomei um café. Eu acordei, enfim, o mundo brilhou cor de burro quando foge.

Sem sentido complexo é meu nexo além do que se vê. Ainda que a sorte fosse lançada, a música já começou a tocar e eu esqueci como se dança. Não posso dançar conforme a música, apenas quero ser uma metamorfose ambulante.

A alegria oposta ao meu devaneio sem forma. Devaneios que me batem assim, nem eu mesma me lembro depois do que disse ou deixei de dizer. Apenas penso que tudo aqui é genial, penso que aqui estou, ainda em casa pela porta da frente entreaberta para que eu saia. Não vou sair.

Despejo de pensamentos é quase terapêutico. Escrever tudo é tolice, escrever sentimentos é isso. Meus sentimentos são isso, são entrelinhas, são subjetivos. Descubra-os e ame-os quem quiser. Ou deixar a pátria amada ou morrer pelo Brasil.

Olhando assim parece muita coisa. Só porcaria. Sem sentido. Sentido apenas no surreal, no fato e na forma não. De fato não há forma no que escrevo, porque é meu. A minha forma é retrato, reflexo de mim. Já estou longe de coisas que eu cativava, e muito. Saudades não, apenas comodismo.