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eis o melhor e o pior de mim

23.3.05

something to live for

Você fez isso da sua vida. Escolheu os seus caminhos. Você sempre soube que tem o poder de mudar seu destino. Tudo o que vê e não sabe explicar porque, tudo isso você é capaz de mudar com muita luta e esforço. Não, não está escrito em um lugar sagrado, você não precisa seguir regras nem defrontar-se com seus paradigmas para se encontrar. Você precisa decidir e dedicar tempo, muito tempo a quem ama. E você sabe quem ama e quem te ama.

Não, não é apenas uma pessoa que faz a diferença na sua vida. É sua vida que faz diferença pra muitas pessoas. Suas palavras e seus passos interferem no seu interior. É assim que ama a todos, dessa forma doce, como quem lembra de um bem maior já mais visto. No entanto, sei que é capaz de ver o que ninguém mais pode. Antes mesmo de encontrar, já sabe a resposta. Nunca ninguém respondeu, foi apenas a pergunta bem feita.

Os olhos você conhece muito bem. Tenho até medo dos olhos e dos amores que conhece. Desvenda, desnuda, acalenta momentaneamente isso que chama de saudade. Um grito, um tiro, uma nudez tão pura que enxerga através do tátil. Os olhos de encontram a alma, o portal, a graciosidade das virtudes tão bem colocadas num mundo sutil. Seu mundo sutil.

Sua visões, seus caminhos. Sabe bem que mesmo diante da indiferença, ainda é força pra lutar. Sua felicidade chegará, tão momentânea e unicamente quando a chuva. Você que sempre soube seu futuro, por favor, nunca deixe de caminhar. Tenho saudades dos tempos em que o passado e o presente e o futuro, tudo isso numa bacia e meus sonhos nas mãos. Olhei pela janela, o vento soprou, a chuva chegou, os sonhos viajaram fronteiras do imaginário. Os sonhos palpáveis, táteis, cegos, constrangidos.

E quando o estouro de pensamentos te acomete, menina, não deixa cessar. Nunca deixa cessar. Se cessar, tarda voltar. Se volta, é forte demais, e sua frágil incompreensão nunca poderá compreender. Tenho medo por ti. Sofro por ti como quem sofre de saudade. Sei que já sabe de tudo, sei sim que sabe de tudo. Tudo sabe dos outros e nada de ti. Nada. Temo por não saber nada de ti. Os sonhos são do mundo. O mundo é todo seu.

7.3.05

O beijo de Chico e a careca de Severino

Milton Coelho da Graça - http://www.comunique-se.com.br
Chico Buarque de Holanda é uma das raras unanimidades nacionais como referência indiscutível da cultura, da ética e da resistência democrática em nosso país. Por isso, qualquer jornalista reflete bem se publica foto e/ou notícia em que ele seja o protagonista de um beijo amoroso em lugar público.

A Folha viveu uma experiência rara. Começou a rodar a edição desta quarta-feira (2/3) mas, duas horas depois, a secretária de plantão, Suzana Singer, teve aquela rara oportunidade de dar o mais famoso grito nas redações do mundo: “Parem as máquinas”. E mandou retirar a foto da coluna de Mônica Bergamo, na segunda página da Folha Ilustrada, em que Chico aparecia dando uma beijoca numa jovem senhora, em plena praia do Leblon, no Rio. Sérgio Cabral, que entende tudo de Chico e de todas as outras grandes figuras da música popular brasileira, garante que ele está "levando" um beijo. Mas cada um pode dar sua interpretação dando uma olhada nas revistas Quem e Contigo que ainda forem encontradas nas bancas.

Marcelo Beraba, ombudsman do jornal, pediu e Suzana explicou: "Decidimos tirar a foto quando recebemos a informação de que a mulher, casada, tem filhos pequenos. Entre atender a curiosidade pública e expor crianças a possíveis situações vexatórias, optamos pela não publicação. A intenção não foi proteger Chico Buarque".

Interessante a decisão de Suzana. Se sua tese fosse aplicada com rigor, a Folha não deveria publicar nenhuma foto de pessoas detidas pela polícia ou suspeitos de qualquer ação censurável, antes de saber se eles têm ou não filhos menores.

O editor-executivo do Estadão, Roberto Gazzi, foi curto e firme: "Entendemos que Chico Buarque, por sua história, é e será sempre um grande tema jornalístico. E no caso, sendo uma figura pública e fotografado num local público, não consideramos que tenha havido uma invasão de privacidade."

Os jornais Agora e Diário de S. Paulo, voltados para o público das classes B e C, abriram a foto na primeira página e, segundo me informaram, sem vacilações ou reflexões. O princípio foi simples: Chico é celebridade, tudo que ele faz e diz é notícia. E ainda mais em plena praia.
Mas Beraba dá uma opinião contrária: concorda com a decisão da colega Suzana Singer e afirma: "Achei correta a decisão de suprimir a foto. E continuo questionando o interesse de jornais como a Folha e o Estado em casos como esses em que não existe qualquer relevância, exceto a curiosidade" (o grifo é meu). Mais adiante, Beraba abandona esse tom quase peremptório e prefere indagar: "... jornais que se pretendem sérios, formadores de opinião, como a Folha e o Estado, como devem se comportar? A resposta não é fácil."


Realmente não é fácil. E é preciso levar em conta que tanto os dois jornalões paulistas como o carioca Globo, o mineiro Estado de Minas, o gaúcho Zero Hora e os de outros estados têm colunas de frivolidades e casos como esses em que não existe qualquer relevância, exceto a curiosidade.

Mônica Bergamo, por exemplo – de cuja coluna a secretária de redação "cassou" a indiscrição sobre Chico – fez uma reportagem sobre intimidades do ministro Gilberto Gil preparando-se para um show, incluindo depilação, e, neste mesmo domingo (6/3), a revelação de que o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, sempre passa na careca a legítima Água de Colônia (Kolnisch Wasser 1711).

Afirmo, sem o menor constrangimento, que gosto muito de todas as colunas e matérias de Mônica – especialmente os detalhes não-relevantes e apenas dirigidos à minha curiosidade. Jornalistas e leitores não são, no fim das contas, os maiores curiosos da espécie humana? Perguntinha final: se você fosse secretário da Folha mandaria parar a rotativa?

6.3.05

funk carioca

O que mais tenho feito ultimamente é ler. O resultado disso, é claro, é encontrar coisas extremamente bizarras. No funk carioca, as amantes contra as de fé. E ainda tem gente que defende isso!
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u49738.shtml

1.3.05

Quadrilha de Amor Online

fonte: revista INFO – fevereiro/05
Geraldinho amava Giovanna que amava Mário que... estava ocupado


Geraldinho entrou no Gmail. Esperava encontrar alguma mensagem da Giovanna. Mas a Giovanna tinha esquecido o Geraldinho. Ficou ligada o tempo todo no Messenger, esperando pelo Mário, que não saía do status Ocupado.

O Mário continuou ocupado, mas eis que Pablo ficou online e teclou palavras mais meladas do que era seu costume. Até mandou um ícone de beijinho para se despedir da Giovanna. Mas o Pablo, na verdade, não tinha todo esse interesse na Giovanna. No ICQ, o Pablo procurou Bizu-19, a garota que dizia estar interessada em se relacionar com caras mais velhos.

Do outro lado do ICQ, a Bizu-19 teclou como a garotinha que supostamente era, cheia de abreviações do tipo blz, tks e bjs. Mas, surrando o teclado, ela sentia as aflições da menopausa, na plenitude de seus 54 anos. Assim que acabou as gracinhas no ICQ, a Bizu abriu o Yahoo! Messenger e achou o Ralf, um aparentemente engenheiro e aparentemente solteiro que já havia convidado a Bizu a morar com ele na Alemanha.

O Ralf falou de novo em casamento para a Bizu. Falou também do possível vida de eterna felicidade num subúrbio rico de Munique, à espera deles dois. Na realidade, o Ralf era um gerente de supermercado com nome de batismo Eliseu, morador de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Casadão e pai de quatro filhos. O Eliseu/Ralf já tinha proposto casamento em Munique a quatro jovens garotas.

A Lucnha, uma dessas adolescentes, dizia ter 27 anos, mas, na verdade só tinha 15. Na sala Tudo em Família, ela assinava com o apelido Neném Quer Chupeta. Lá no chat, ela conheceu e trocou endereços de e-mail com um sujeito que tinha o apelido de Homem Grisalho. Logo na primeira mensagem, a Lucinha anexou um auto-retrato. Estava vestida com uma camisolinha cor-de-rosa e usava Maria-chiquinha nos cabelos.

O Homem Grisalho recebeu a foto da Lucinha Mari-Chiquinha e logo transformou-a em um papel de parede. O que a Lucinha não sabia é que o Homem Grisalho não era nem homem nem grisalho, mas, sim, uma lésbica morena chamada Gertrudes Aparecida. Gertrudes escondia da esposa Marina sua preferência por ninfetas. Para disfarçar, escreveu para a Marina um longo e-mail dizendo que sentia sua falta e não via a hora de ter a amada de volta das férias.

A Marina, no entanto, pensava não só em largar a Gertrudes Aparecida como em desistir do lesbianismo. É que ela tinha conhecido (numa comunidade do orkut chamada Eu Odeio Forró) um sujeito apelidado de Alexandre, o Grande. A foto que esse tal Alexandre publicou no orkut era mesmo irresistível. Mas de grande o Alexandre não tinha nada além da evidente habilidade para mexer com Photoshop. Com essa foto retocada, ele arranjou um encontro com a Laura, que era exatamente aquilo que prometia – bonita, simpática, divertida. Quando se encontraram, a Laura percebeu que o Alexandre era, na verdade, uma grande decepção. O encontro durou os cinco goles de um café. Depois de dispensar o Alexandre, a Laura insistiu no orkut. Foi parar na comunidade chamada Eu Amo Garotas de Piercing no Umbigo e lá ela conheceu um cara chamado Geraldinho, que finalmente recebeu a resposta daquela Giovanna lá no início: duas frases curtas e geladas de dispensa. Em seguida, a Laura começou a ficar interessada num cara que assinava Homem Grisalho. O amor é mesmo lindo...