É isso que eu não entendo. As pessoas lutam por um mesmo ideal, mas lutam sozinhas. Carregam consigo antigos atritos e discussões que muitas vezes nem existiram. Por que as pessoas persistem em seus pré-julgamentos antes de saber com quem realmente estão falando? Me cansa e me enoja essa onda de mal-me-queres sem pé nem cabeça. Me cansa apenas o fato de que hoje olha nos olhos e amanhã julga pelas costas. Ninguém observa primeiro. Julgar apenas leva menos tempo.
Não gosto quando falam mal das pessoas que eu conheço e julgo que aquelas qualidades foram mal observadas. Acredito que deixo isso bem claro. Os defeitos são observáveis sem esforço, são de fácil acesso. Só que por isso mesmo paramos nossa busca antes de encontrar as qualidades nas pessoas. Observa melhor que você encontrará. Não desista enquanto não tiver certeza de que aquela pessoa é realmente aquilo que você julga.
E muitos de nós buscam a mesma coisa. E buscando a mesma coisa acabamos nos encontrando no caminho. E ao invés de continuarmos caminhando juntos, acabamos nos separando por motivos tão banais que não vale a pena descrever aqui. Concordo que não há como seguir com todos aqueles, mas como realizar algo sozinho?
Vivemos tão preocupados com o nosso mundo, com o nosso espaço – tão egocêntrico espaço – que o resto é resto. O círculo de amizades diminui, e não estou falando de amigos de ‘orkut’, mas amigos de verdade, parceiros no momento em que queremos realizar algo maior. E por que escolher certas pessoas para ajudar? Porque elas têm o perfil para aquilo. É tão difícil assim entender?
O pior é que se o objetivo de um determinado agrupamento de pessoas é manter amizades, barra-se assim alguém considerado de fora? Como assim então lutar por um ideal deturpado dessa maneira? De que tipo de amizade estamos falando? Daquela que barra as pessoas no meio do caminho apenas porque são consideradas ‘diferentes’? Isso é uma grande contradição.
O que me dói é que pessoas que muito gosto e considero pensam dessa maneira. Estão tão preocupadas com suas vidas e seus caminhos que mal podem ver o que está além. A questão não é não estar lá por não fazer parte de algo, mas não estar por fazer parte de algo contrário ou subversivo – só que esse motivo, no fundo, carrega o mesmo ideal.