childhood
Ela se serviu como quem serve uma visita. Café em xícara de cafezinho, pires de porcelana e colher de prata. A xícara não era de porcelana, mas era bonitinha. As flores azuis desenhadas causavam-lhe encanto enquanto tomava café.
Sozinha em casa. 3h40 da madrugada. Esperava terminar o trabalho ainda naquela noite. Já estava tanto tempo naquilo que tinha perdido a noção de tempo. Ela tocava a tela e podia sentir a textura das tintas que secaram. Era um prazer mínimo e uma forma de descrever como podia sentir as cores.
Se vista bem de longe, parecia um paisagem um pouco distorcida. No entanto, a medida que o campo de visão ia diminuindo, notava-se a riqueza dos pequenos detalhes. Sorrisos, corações, estrelas – e outras formas básicas que nos obrigam desenham quando crianças - estavam ali.
As cores faziam movimento e vento. Alguns números discretamente podiam ser vislumbrados na obra. Ela tinha certa obsessão por números. Mas não, não era algo inconsciente. Ela via coisas e buscava números. Combinações de números faziam-na lembrar de datas. As datas traziam lembranças. Doces e amargas lembranças, elas sempre voltavam. Por alguns instantes o insconsciente era mais bonito.
O café estava quase acabando e Yann Tiersen tocando. Childhood. Infância. Lembranças. Datas. Números. E ocorreu um desprendimento. O café acabou. E continuou o trabalho.
Sozinha em casa. 3h40 da madrugada. Esperava terminar o trabalho ainda naquela noite. Já estava tanto tempo naquilo que tinha perdido a noção de tempo. Ela tocava a tela e podia sentir a textura das tintas que secaram. Era um prazer mínimo e uma forma de descrever como podia sentir as cores.
Se vista bem de longe, parecia um paisagem um pouco distorcida. No entanto, a medida que o campo de visão ia diminuindo, notava-se a riqueza dos pequenos detalhes. Sorrisos, corações, estrelas – e outras formas básicas que nos obrigam desenham quando crianças - estavam ali.
As cores faziam movimento e vento. Alguns números discretamente podiam ser vislumbrados na obra. Ela tinha certa obsessão por números. Mas não, não era algo inconsciente. Ela via coisas e buscava números. Combinações de números faziam-na lembrar de datas. As datas traziam lembranças. Doces e amargas lembranças, elas sempre voltavam. Por alguns instantes o insconsciente era mais bonito.
O café estava quase acabando e Yann Tiersen tocando. Childhood. Infância. Lembranças. Datas. Números. E ocorreu um desprendimento. O café acabou. E continuou o trabalho.